Abordando temas como a perspectiva de futuro, o amor e o sentido de ambos na atualidade, Dissoluções é o novo livro de Felipe Franco Munhoz, cuja poesia combina, de maneira absolutamente própria, narrativa ficcional, poesia e texto dramático.
Desde sua estreia, com o livro Mentiras (2016), Felipe Franco Munhoz vem se firmando como uma das vozes mais originais da literatura brasileira. Em seguida, publicou Identidades (2018) e Lanternas ao nirvana (Record, 2022), obras que conquistaram um extenso elenco de leitores entusiasmados, formado por importantes artistas e intelectuais, entre os quais Caetano Veloso, Liz Calder, Antonio Carlos Secchin, Raimundo Carrero, Paulo Henriques Britto e Caetano W. Galindo.
Este novo livro, Dissoluções, já nasce recomendado por um dos mais importantes escritores portugueses da atualidade, José Luís Peixoto, autor do texto de apresentação, e pela professora Aurora Fornoni Bernardini (USP), autoridade em estudos literários.
O que distingue o trabalho de Felipe Franco Munhoz é, acima de tudo, a fusão entre narrativa, poesia e texto teatral, assim como entre forma e conteúdo. Há sempre uma história sendo contada - com personagens cuja trajetória acompanhamos -, mas que não nos chega por meio de um enredo linear, e sim por uma sequência de passagens poéticas construídas a partir de elementos variados: rubricas dramáticas, diálogos, versos rimados e metrificados, versos livres, propostas visuais, entre outros.
Além de referências literárias, seus livros apresentam também intertextualidades musicais, cinematográficas e filosóficas, ampliando o alcance dos versos e enriquecendo ainda mais a hibridez do conjunto.
Dissoluções fala de um tempo - o nosso - em que a própria ideia de futuro está em questão. Os personagens se debatem na ânsia de saber como a vida poderá continuar:
"Meu verso lança oposto ao vasto beco, eco, / regresso falso".
O mundo é enorme porque o amor é enorme. O futuro é infinito porque aceitamos o exercício de imaginá-lo a partir do seu fim. Felipe Franco Munhoz diz-nos que existimos - e dissolvemo-nos - na palavra e, ao fazê-lo, levanta uma bandeira humana de esperança - José Luís Peixoto, texto de apresentação de Dissoluções.
Dissoluções, novo livro de Felipe Franco Munhoz, é feito de quadros-poemas projetados - ao som de composições musicais que vão de Johann Sebastian Bach a Sofia Gubaidulina, e à luz de velas e eclipses que se alternam até o blecaute final - sobre a cenografia das páginas, sobre uma tela translúcida e nas vozes de uma série de personagens reais [...] e de personagens virtuais -
Aurora Fornoni Bernardini, texto da quarta capa de Dissoluções.