PREVISÃO DE LANÇAMENTO: 12/01/2026. Em Seremos dados Marcus Bruzzo desconstrói as promessas da tecnologia e analisa o risco de abrirmos mão da imaginação. Um ensaio filosófico urgente sobre o que ainda nos distingue das nossas criações em um mundo regido por algoritmos. Entre todas as nossas invenções, nenhuma chegou tão perto de simular o espírito humano quanto a inteligência artificial. O que nasceu como uma ferramenta de extensão das nossas capacidades tornou-se um agente que opera sobre a vida, a morte e, principalmente, sobre a nossa imaginação. A criatura passou a refletir o criador, e esse reflexo agora ameaça despossuí-lo de seu lugar no mundo. Marcus Bruzzo parte desse assombro característico do nosso tempo. Para ele, a IA generativa não projeta o futuro, apenas reorganiza o passado. Seu poder de recombinação dissolve o que há de mais singular na criação humana: o excedente imaginário, o dom de sonhar o impossível que sempre definiu a criatividade ontológica, a capacidade de criar ou influenciar a realidade do ser e da existência. Estamos trocando a complexidade da experiência por uma simulação eficiente. Seremos dados investiga a antiga promessa de que a tecnologia nos libertaria. Hoje, ela parece cumprir o oposto. Quanto mais autônomas as máquinas, menos necessários nos tornamos. O risco não é o de sermos superados, mas o de nos reduzirmos ao funcionamento previsível que as máquinas imitam. A substituição não seria resultado de sua superioridade, e sim da nossa desistência. Este livro não se opõe ao avanço tecnológico nem o transforma em objeto de reverência. É uma reflexão filosófica urgente sobre como justificar nosso lugar em um mundo que programamos para nos substituir. Um chamado à defesa das coisas inúteis, da arte, do ócio, da escrita sem finalidade. Nelas talvez resista a última centelha do que nos fez, um dia, imaginar. 'A síndrome de Frankenstein assombra as muralhas do castelo antropocêntrico. Galileu e Copérnico nos tiraram do centro cosmológico. Freud exilou nossa consciência do controle racional pleno. A IA parece o querubim com espada flamejante que guarda o portão após nossa expulsão do Paraíso.' - do prefácio de Leandro Karnal