Na Arca
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Detalhes
CARACTERÍSTICAS
Formato | BROCHURA |
---|---|
Número de Páginas | 304 |
Subtítulo | MACHADO DE ASSIS E OS ANIMAIS |
Editora | FOSFORO |
Autor | JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS |
Ano da Edição | 2025 |
EAN13 | 9786560001138 |
Edição | 1 |
Idioma | PORTUGUES |
Fabricante | FOSFORO |
ISBN | 656000113X |
Páginas | 304 |
Saiba mais
Machado de Assis volta e meia encontrou no mundo animal a inspiração para contos e crônicas. Alguns desses textos, publicados num intervalo de quase quatro décadas, estão reunidos de forma inédita em Na arca: Machado de Assis e os animais, edição especial organizada por Fabiane Secches e Maria Esther Maciel e ilustrada por Gê Viana.
Nesta coletânea, o cão, o burro, o gato, o rato, o canário e diversos outros bichos, que chamavam a atenção do escritor naquele Rio de Janeiro da segunda metade do século 19, são postos em cena como personagens principais e sob enfoques inusitados. Com muito de presciência, Machado de Assis "abriu os caminhos para que fosse delineada [...] toda uma linhagem de escritores atentos não apenas à importância das vidas não humanas e à complexidade das conexões entre homens e animais, como também à necessidade de se reinventar a própria noção de humanidade", como afirma Maria Esther Maciel no posfácio do livro.
Arguto observador de sua época, que experimentava o avanço das ciências, o triunfo do racionalismo antropocêntrico e a revolução darwinista, o escritor dedicou muitas páginas ao registro da situação dos animais na sociedade dos homens. Assim, por exemplo, fez o elogio do vegetarianismo, registrou com frequência a crueldade das vivissecções realizadas nos laboratórios científicos, indignou-se com a exploração da força animal no trabalho e manifestou simpatia pelas sociedades protetoras de animais.
Sem função edificante, como nas fábulas tradicionais, os bichos de Machado se expressam como se pudessem empregar a linguagem verbal e os saberes científicos da época. Assim é, por exemplo, no conto ?Ideias de canário?, em que o pássaro questiona o olhar humano sobre a natureza, e na crônica "Conversa de burros", em que uma dupla de puxadores de bonde trava um diálogo filosófico sobre a exploração imposta pelos homens. Os cães também marcam presença em outros textos da coletânea, como ?Miss Dollar? e ?Um cão de lata ao rabo?, assim como os felinos, que aparecem também na simpática carta escrita por Machado colocando-se na pele de um gatinho preto.
Como resumiu Maria Esther Maciel: "Na arca de papel machadiana, os bichos - com seus saberes, sentimentos, pensamentos, agruras e indignações - circulam soltos pelas páginas, desafiando a própria ideia de confinamento e desestabilizando a suposta superioridade do homo sapiens em relação a criaturas de outras espécies".