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Breve História Da Carne

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CARACTERÍSTICAS

FormatoBROCHURA
Número de Páginas216
SubtítuloBreve história da carne
EditoraILUMINURAS
AutorALESSANDRA AFFORTUNATI MARTINS
Ano da Edição2023
EAN139786555191974
Edição1
IdiomaPORTUGUES
FabricanteILUMINURAS
ISBN655519197X
Páginas216

Saiba mais

"Tocar minha textura carnal exigirá tua escuta, diz um dos poemas deste livro. Vinda da escritora, que é também psicanalista, a palavra escuta impõe-se, aqui, como um convite raro e precioso: que eu, leitora (como você, que agora me lê), possa acolher a pulsação das palavras que querem ser carne - como a vulva logo após o gozo, como a boca quando se desata o riso, como os olhos diante do espanto. Como as pálpebras quando se cerram, na entrega ao sono e aos sonhos. Assim cada palavra, aqui, quer que isso se receba - na própria carne. Que nos deixemos vibrar, ao toque da linguagem, para escutar alguém: uma mulher.Nos poemas assim como nos fragmentos em prosa que compõem a Breve história da carne, a vida vai cutucando a teoria, com ousadia e coragem. A teoria se vai lambuzando de fluidos e se agita, feliz e estranhada. A pretensa neutralidade do autor é rigorosamente recusada em prol da particularidade de uma mulher, em chave feminista, pois a filosofia não pode evitar a vida e a psicanálise não pode conter as convulsões da clínica, e para transmiti-las é necessário ""ficcionalizar singularidades"".Não se trata, porém, de circunscrever uma autoficção narcísica. Este livro é apelo à gente, é convite. Ele nos chama a esgarçar conjuntamente o tecido da teoria e a revirar suas bordas. E põe em ato, assim, o que me parece ser nossa tarefa histórica, em um país periférico e tão marcado pela violência de raça e de gênero: esquartejar e deglutir antropofagicamente as teorias para revelar - e pôr ao avesso - a hierarquia e a submissão que são seus recônditos alicerces.Por isso a arte é aqui invocada, creio, com Rosana Paulino, Ayrson Heráclito e Adriana Varejão, entre outros. Para revirar com força, com a mão, o que parece dado, o que parece pronto. O que parece verdade. Para fazer da carne, desenho. Para meter a mão em imagens e situações que a cultura nos oferece. E para modulá-las em imagens e poemas visuais de autoria própria.O ponto de mira deste livro entreabre-se de repente, aqui e ali: a boceta. A boceta capaz de estraçalhar a narrativa dos dominadores. Imagem-furo que navalha a imagem-muro, eu diria, mas abre para outra coisa que não a suposta encarnação da castração no corpo feminizado.O que ela afirma e desvela, barroca e insistentemente, é outra coisa: a presença encarnada, a presença pulsátil e bordejante da vulva. "