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A Outra Filha

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CARACTERÍSTICAS

FormatoBROCHURA
Número de Páginas64
SubtítuloA outra filha
EditoraFOSFORO
AutorANNIE ERNAUX
Ano da Edição2023
EAN139786584568891
Edição1
IdiomaPORTUGUES
FabricanteFOSFORO
ISBN658456889X
Páginas64

Saiba mais

"No final da primeira década dos anos 2000, Annie Ernaux recebeu um convite para participar da coleção francesa Les Affranchis, que pede a escritores que façam a carta que nunca foi escrita. É este chamado do presente que a ajudará a abordar um trauma da infância e dará à luz este, que talvez seja seu livro em diálogo mais direto com a psicanálise.Aos dez anos, no verão de 1950, Ernaux escuta uma conversa da mãe com uma cliente e descobre que antes dela, seus pais tiveram outra filha, morta aos seis anos de difteria. A mãe relata à confidente que nunca contaram nada a Annie para não entristecê-la e emenda: ""ela era mais boazinha do que aquela ali"". A irmã mais velha jamais voltou a ser mencionada, exceto quando tias ou amigos deixavam escapar alguma lembrança. Desde aquele dia na infância, Ernaux também oculta seu conhecimento: ""Tenho a impressão de que o silêncio nos convinha, a eles e a mim"". Mas as palavras de sua mãe calaram fundo na criança, e mais tarde na mulher, cuja obra é marcada pelo pensamento crítico e pela renúncia de uma moralidade limitadora de sua liberdade.É então nesta pseudocarta endereçada à irmã - à menina boazinha e espécie de santa - que a autora destrincha suas memórias e os significados que essa ausência sempre presente teve em sua vida, sua identidade e sua relação com os pais. Ernaux escreve frases breves e cortantes para lidar com a sombra de alguém que nunca conheceu e com a dor da comparação implícita. ""Você é a própria impossibilidade do erro e do castigo"", diz à irmã. E vai além, conectando a morte dela com o próprio princípio de sua existência: ""eu vim ao mundo porque você morreu e eu te substituí"". Em seu esforço para dar contornos a um fato impreciso de sua história, Ernaux hesita entre interpretar a morte da irmã como a gênese de seu destino de escritora ou como um mero dado biográfico. Sem resolver essa ambivalência, ela testa os limites da linguagem e, como de costume, reflete a respeito da própria escrita: ""Você está fora da linguagem dos sentimentos e das emoções. Você é a antilinguagem."" Num jogo de espelhos, A outra filha evoca duplos como pulsões de morte e vida, sonho e realidade, revelações e tabus e convida a uma leitura psicanalítica. Entretanto, a própria autora adverte que as matérias do inconsciente também têm a ver com a História e rejeita interpretações que não tenham em conta seu contexto. Para a vencedora do Nobel, atrelar memória, história privada e social é o único modo de escrever a vida."