A Descoberta Do Frio
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Detalhes
CARACTERÍSTICAS
Formato | BROCHURA |
---|---|
Número de Páginas | 136 |
Subtítulo | A descoberta do frio |
Editora | CIA DAS LETRAS |
Autor | OSWALDO DE CAMARGO |
Ano da Edição | 2023 |
EAN13 | 9788535934519 |
Edição | 1 |
Idioma | PORTUGUES |
Fabricante | CIA DAS LETRAS |
ISBN | 8535934510 |
Páginas | 136 |
Saiba mais
Um frio que assola apenas negros. Um sopro gélido que fez um número incalculável deles desaparecer. Um fenômeno que ninguém acredita ser possível. Este é o pano de fundo deste breve e instigante livro de Oswaldo de Camargo. Publicada pela primeira vez em 1978, A descoberta do frio é uma grande referência na obra de Oswaldo de Camargo. A provocadora novela relata o surgimento de um frio - algo absurdo, algo inimaginável sob o calor de setembro - que faz um número incalculável de negros desaparecer e no qual ninguém acredita. Cabe a Zé Antunes, protagonista da história, tentar convencer as pessoas da cidade de sua existência. Tudo o que consegue, porém, é indiferença, palavra-chave para esta narrativa. Assim como em O carro do êxito, A descoberta do frio é um registro que extrapola a ficção para eternizar poetas, jornalistas, ativistas de imensurável valor histórico para o movimento negro, além de uma intimação aos leitores para pensar a questão racial no Brasil. Como afirma o sociólogo Clóvis Moura no prefácio à primeira edição - reproduzido neste livro, Oswaldo de Camargo assume aqui, como negro e como escritor, "uma posição de denúncia e, ao mesmo tempo, de reelaboração estética de um conflito social, político, cultural e étnico". Esta edição, que foi revista pelo autor e conta com ilustrações de Kika Carvalho, recupera a atualidade e urgência da obra do incontornável Oswaldo de Camargo.
Em A descoberta do frio, Oswaldo de Camargo demonstra que a literatura não se resume aos modismos temáticos ou à vaidade pessoal do autor. Para Camargo, o ato de escrever é, antes de tudo, uma crítica ao horror que chamamos, muitas vezes, de civilização - Edimilson de Almeida Pereira.
Esta trama de Oswaldo de Camargo nos engaja, desde as primeiras páginas, a percorrer as ruas de uma grande cidade em busca de respostas sobre a doença misteriosa que toma a alma de pessoas negras. Na ficção bem construída, experimentamos os encontros da intelectualidade negra da década de 1970 rememorando episódios de séculos anteriores, todos profundamente atuais - Bianca Santana.