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The Beatles Tune In - Todos Esses Anos - Vol 2

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CARACTERÍSTICAS

FormatoBROCHURA
Número de Páginas630
EditoraBELAS LETRAS
AutorMARK LEWISOHN
Ano da Edição2022
EAN139786555372526
Edição1
IdiomaPORTUGUES
ISBN6555372524
Páginas630

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ANO 4, 1961 A ERA DO ROCK Os Big Beat Boppin' Beatles (janeiro a março de 1961). Para chegar ao trabalho, era necessário pegar dois ônibus, com baldeação no terminal de Penny Lane, até saltar em Edge Hill, no emaranhado de trilhos ferroviários. Descendo a escura rampa de acesso que tangenciava os gasômetros, Paul McCartney chegava, às oito em ponto, de segunda a sexta-feira, à Massey & Coggins Ltd. em Bridge Road, fábrica de bobinas de indução e transformadores, onde ele se imaginava galgando posições até chegar a um cargo executivo. As festas natalinas tinham ficado para trás, assim como as entregas de pacotes. Por isso Jim Mac foi ainda mais incisivo com o filho e ficou batendo na tecla: ele precisava trabalhar duro. Paul alegou que já estava trabalhando, tocando em um grupo musical, e eles já estavam começando a fazer shows, mas Jim insistiu tanto que Paul teve de voltar ao Renshaw Hall e se reinscrever na realocação profissional para desempregados - um sobrenome e um número entre outros 20 mil, desde pirralhos de 15 anos até senhores de 64, com seu forte sotaque de Liverpool, muitos em busca de emprego, e outros tantos torcendo para evitá-lo. "Fui ao mutirão de empregos da Agência do Trabalho trajando meu casaco de operário e jeans. O sujeito me encaminhou à empresa Massey e Coggins, fundada por engenheiros elétricos. Falei ao chefe que eu queria um emprego. Garanti que não ia escolher serviço, se ele quisesse podia até me mandar varrer o pátio. Ele quis saber onde é que eu tinha estudado, e quando eu respondi Liverpool Institute, ele começou a fazer grandes planos." Paul conseguiu o trabalho meio por acaso, mas se o objetivo dele era se vingar de seu pai e encontrar um cargo diametralmente oposto a seus talentos, não poderia ter arranjado algo melhor. Em vez de algo adequado à sua mente brilhante, ao seu talento artístico, à sua caligrafia elegante e ao seu diploma no Ensino Médio (com cinco qualificações de nível básico e uma de nível avançado, em Literatura Inglesa), Paul começou a trabalhar numa fábrica: mais um membro da classe trabalhadora batendo ponto e usando boina oitavada. Aos 39 anos, Jim Gilvey era o diretor administrativo da Massey & Coggins na época. Nunca se esqueceu do dia em que Paul McCartney chegou a seu gabinete: "Fiz a entrevista de emprego. Ele veio se candidatar a uma vaga de aprendiz de bobinador. Podia ser promovido a eletricista cinco anos depois... na primavera de 1966. Não me revelou que era músico. Ele me chamava de 'Sr. Gilvey' e era um jovem bem-educado. Falei para ele: 'Vamos lhe dar uma oportunidade, rapaz, e com a sua atitude em relação à vida, você vai chegar longe'." Contratado talvez contra seus próprios anseios, mesmo assim Paul muito rapidamente adotou uma postura de entusiasmo e automotivação, imaginando-se um importante homem de negócios em um futuro não muito distante.