Saidas De Emergencia - Boitempo
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Detalhes
CARACTERÍSTICAS
Formato | BROCHURA |
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Número de Páginas | 480 |
Subtítulo | GANHAR PERDER A VIDA NA PERIFERIA DE SAO PAULO |
Editora | BOITEMPO |
Autor | ROBERT CABANES / ISABEL GEORGES |
Ano da Edição | 2011 |
EAN13 | 9788575591826 |
Edição | 1 |
Idioma | PORTUGUES |
ISBN | 8575591827 |
Páginas | 480 |
Saiba mais
A cidade murada e protegida por alarmes eletrônicos, a cidade globalizada, trancada em seus imóveis inteligentes, a arrogância da riqueza encarnada no biquíni à venda nos Jardins que custa o mesmo que uma moradia numa favela do subúrbio. Cada habitante sabe disso e vive com aquilo que está ao seu alcance.
Assim começa a apresentação de Saídas de emergência, livro organizado por Robert Cabanes, Isabel Georges, Cibele S. Rizek e Vera da Silva Telles, que tem como foco as relações entre os habitantes da maior cidade brasileira. Os textos de diversos autores que compõem a coletânea resultado de longas pesquisas publicadas originalmente na França, em 2009, e agora em português pela Boitempo Editorial revelam as faces da moeda chamada São Paulo: sexo, drogas e rock `n roll, emprego, desemprego, violência pública e violência privada. Os relatos evidenciam as esperanças e as decepções cotidianas, sem ignorar as grandes transformações políticas, econômicas e sociais dos últimos vinte anos, afirma Michel Pialoux, autor da orelha do livro.
O professor Francisco de Oliveira, autor do prefácio, imaginou para a obra uma forma ao estilo de Kafka: O que os artigos desse livro indispensável nos descrevem são pessoas transformadas em insetos na ordem capitalista da metrópole paulistana. No entanto, o caminho escolhido pelos autores dos textos para apresentar as experiências urbanas em prosa foi outro: são gramscianos, diz Oliveira, na medida em que exploram todas as posições, todos os ângulos, todas as expressões e modos de ganhar a vida na verdade, de ganhar a morte dos moradores de Cidade Tiradentes, com algumas incursões em Guaianases e outras periferias da cidade.
Fruto do longo trabalho coletivo de uma equipe composta por pesquisadores mais experientes ao lado de outros mais jovens, de origens e gerações diferentes, os 21 artigos se referem a diferentes saídas de emergência e a uma multiplicidade de ângulos de abordagem. Trata-se da maneira como aqueles que estão submetidos às relações de dominação na cidade tentam superá-las, às vezes procurando construí-las em escala maior que a de seu meio social, por percursos que passam por formas de trabalho e atividade, religião, vida em comum e recomposições familiares, explicam os organizadores do livro. As estratégias de vida, observadas nas pessoas e nas famílias, representam modos tanto de fugir da responsabilidade direta do trabalho quanto de ressignificá-lo por meios indiretos. O tráfico, por exemplo, é referência econômica (garante a sobrevivência de muitas pessoas), social (ajuda pessoas ou associações) e moral (impregna a vida cotidiana com seus modos de pensar e agir). Frente à complexa realidade urbana, os pesquisadores não fantasiam a honra e o caráter de suas personagens; nenhum afirma que o Jardim Maravilha é uma maravilha. A consciência crítica atenta não resvala em glorificação da pobreza e de sua situação na cidade capital do gigante emergente, reconhece Oliveira.