Os Cavaleiros Da Praga Divina
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Detalhes
CARACTERÍSTICAS
Formato | BROCHURA |
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Número de Páginas | 176 |
Subtítulo | |
Editora | GLOBAL EDITORA |
Autor | MARCOS REY |
Ano da Edição | 2015 |
EAN13 | 9788526022003 |
Edição | 1 |
Idioma | PORTUGUES |
Fabricante | GLOBAL EDITORA |
ISBN | 8526022008 |
Páginas | 176 |
Saiba mais
Nenhum personagem meu é mera ficção. Mas não costumo produzir simples cópias da realidade. Costumo, sim, partir da realidade para chegar aos mistérios do comportamento humano. Assim respondeu Marcos Rey quando perguntado se seus romances eram sempre baseados em fatos e personagens reais. De fato, suas histórias sempre foram marcadas por personagens que pareciam da nossa vizinhança e que circulavam pelas ruas, com peripécias que até hoje prendem a leitura, principalmente pelas inúmeras surpresas em suas páginas. Até sua morte, em 1999, ele havia guardado ainda uma surpresa que só iria ser revelada ao público por sua mulher, Palma Donato. Em 1939, quando uma grande caçada humana ocorria na Europa, no limiar da Segunda Guerra Mundial, o menino Edmundo Donato, verdadeiro nome de Marcos Rey, era também vítima de uma implacável caçada por parte da polícia sanitária. Usando os mais mirabolantes truques, ele fugia e se escondia tanto da polícia como do preconceito dos vizinhos até que, em 1941, foi laçado pela primeira, com a mesma técnica usada para apanhar os cachorros, e levado amarrado à sede do temível Departamento de Profilaxia da Lepra. Hanseníase. Ele a contraíra havia pouco tempo. Foi o terrível segredo guardado pelo restrito círculo familiar ao longo da vida. E a surpresa viria neste livro, Os Cavaleiros da Praga Divina que ele escreveu para ser publicado apenas após a sua morte. Segundo Palma Donato, o romance foi escrito no período de sua internação compulsória em um asilo do DPL. A narrativa trata das aventuras e, principalmente, das desventuras de um bando de gateiros (assim se apelidavam os mendigos leprosos). Vivem errantes, cavalgando por estreitas trilhas de vila em vila, montando e desmontando acampamentos para não serem caçados e internados em asilo pela polícia sanitária. O bando de cavaleiros forma um núcleo quase familiar pela solidariedade que os une em sua peregrinação, como um êxodo sem Jeová. Aliás, uma personagem, a certa altura sem ter para onde fugir, desabafa- Deus não me quer e o diabo me despreza . Apegam-se, por isso, ao pouco que lhes resta- Romão, a um trabuco e a um violino no qual sobrou apenas uma corda; Lucas, ao seu cavalo Pretinho; Plutão, ao seu inseparável bilboquê, que joga com uma perícia impressionante, até mesmo no escuro; Quincas, ao seu surrado almanaque, sua fonte de anedotas, com que entretém seus companheiros de infortúnio; todos eles, à cachaça, que os aquece ( E com um frio destes quem aguenta ficar sem beber? ) e que os faz perder, pouco a pouco, as esperanças. Marcos Rey nunca foi um gateiro, mas no asilo conheceu muitos. A partir dos relatos dos gateiros, companheiros do mesmo infortúnio, ele concebeu e desenvolveu esta narrativa. Não mostrou a ninguém e pediu que a própria mulher que só a lesse após a sua morte.