A Materia Mais Suja Do Dia
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CARACTERÍSTICAS
Formato | BROCHURA |
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Número de Páginas | 72 |
Editora | EDITORA NOS |
Autor | MARIANA PAZ |
Ano da Edição | 2021 |
EAN13 | 9786586135466 |
Edição | 2021 |
Idioma | PORTUGUES |
ISBN | 658613546X |
Páginas | 72 |
Saiba mais
"entre o chão e a relva/ entre a rocha e o anjo/ morre a morte/ morre o sepulcro de pedra/ a luz treme/ a rocha forja/ o musgo nasce"
Como tudo na poesia de Mariana Paz, este pequeno poema é um enigma, esfinge mineira, e, ainda que não a decifre, deleite-se.
A matéria inegável de seus substantivos indiscutíveis - chão, rocha, pedra, morte - pavimentam o solo da poesia, de algum modo metafísica - pois vai além, desdobra-se da matéria, emoldura-se num horizonte de montanhas de ferro e profundezas de aço.
No cenário seco do cemitério evocado no poema, anjo é de pedra e até a morte morre repetidamente, mostrando que, no reino das palavras, esses pequenos milagres metafísicos, até a morte tem fim.
Mas não se engane pelo cenário, pela dureza da pedra: ali, a rocha também é anjo, a luz treme - e quem há de negar que movimento é vida - e entre o engenho humano que forja a rocha, vejamos: "o musgo nasce".
Frescor e sombra, alento e alívio. A explosão poética silenciosa e contida de Mariana - e como fugir da palavra "lapidada"? -